quinta-feira, 2 de junho de 2016

Opinando - O fantasma da autodestruição

No meio de uma limpeza virtual, encontrei uma pasta aparentemente inocente.
Ao abrir, me deparei com uma série de fotos de mulheres extremamente magras, algumas visivelmente sofrendo de distúrbios alimentares, e várias imagens de "incentivo" a esse tipo de distúrbio (que por motivos óbvios, não compartilharei aqui). Senti um gosto amargo na boca, pois imediatamente lembrei daquela adolescente cheia de problemas com a própria imagem, que odiava o próprio corpo e queria ser outra pessoa. Essa adolescente era eu.


A vida não é fácil nessa sociedade cheia de cobranças e comparações, especialmente quando se é mulher e ainda mais quando você não se encaixa nos padrões. Muitas meninas sofrem desde muito cedo por se sentirem inferiores ao que "deveriam ser" e comigo não foi diferente.
Acontece que, muitas vezes, nós alimentamos nossos fantasmas através de pequenas atitudes e, só depois de quase 10 anos, eu percebi que fazia isso constantemente.


Não estou de forma alguma querendo culpabilizar as vítimas dessa sociedade insana, muito menos minimizar a gravidade dos distúrbios alimentares, mas quero dizer que muitas vezes nós criamos situações que reforçam os sentimentos ruins.
Ao passar horas e horas buscando imagens, textos, sites e blogs que reforçavam aquela sensação eterna de insatisfação e ódio comigo mesma eu alimentei aquele fantasma que morava em mim, até ele ficar tão grande que quase me consumiu por inteiro.


Hoje eu ainda luto contra várias construções sociais enraizadas em mim e tenho que estimular minha autoestima diariamente, mas não me maltrato mais com imagens irreais ou inalcançáveis, pois sei que elas não trarão nada pra mim além de sofrimento.


Se a gente parar de alimentar o fantasma, um dia ele desaparece.

Um comentário:

  1. A melhor forma de expulsar esses fantasmas, é enxergar a existência deles... ♥

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